Aliviada


As palavras, os gestos, os sentimentos, as brigas,
os choros, as atitudes e os lamentos.

São tantas as coisas dentro de mim,
as vezes me sinto tão cheia, que me falta o ar.

Essas coisas se acumulam, de uma tão maneira,

fica tudo juntinho, espremido, aqui dentro do peito.

Mas um dia chega e cansa,
é hora de por tudo pra fora.
Fazer uma limpeza,
eliminar o que é inútil e deixar somente o que é bom.
Daí, eu dou adeus, para o que me fez mal,

jogo fora o que me irritou,

mando embora o que me enganou e me fez sofrer.

Vai pra longe, lá bem longe,
tudo aquilo que me machucou e
aqui,
só ficam as marcas, o que é inevitável.

Não adianta mesmo, essas coisas ruins guardar,
é melhor de uma vez por todas,
de tudo isso se livrar.
De repente o pranto cai, vai rolando pelo rosto,
como um rio que desagua, na imensidão do mar.
E depois de os olhos enxugar,
sinto me mas leve,
como uma pluma a levitar.
Pura, como uma criança,
na beira do mar a brincar.
Livre, como uma gaivota,
no céu a voar.
E agora sim, eu posso novamente aliviada respirar.

(Flávia Oliveira)
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