Depois daqueles dias


Tem uns dias,
que não deveriam existir,
no calendário da vida da gente.
Aqueles dias, chatos,
que ninguém aguenta e fica com aquela imensa vontade,
de mandar tudo para o espaço.
Aqueles dias, em que nada se encaixa.
Nada da certo, não tem rima, tudo perde o clima.
Tudo fica cinza,
como um inverno frio e sem graça.
Não tem arco - íris, nem passarinhos, sem as flores.
Dá um desgosto, agente pensa em desistir,
dá uma vontade de sumir, de fugir.
Mas, aí de repente agente para pra pensar,
e vê que esses dias existem, para nos mostrar,
que temos, a capacidade de lutar,
a vida continuar e nossos sonhos conquistar.
Não deixar a peteca cair,
resgatar todas a cores, o brilho da vida,
e voltar sorrir.
Cair, mas se levantar,
sacudir a poeira e dar a volta por cima.
Viver bem, pra ficar tudo zen.
Ai, depois daqueles dias,
dias melhores sempre virão,
Como as cores, o calor e a beleza de um Verão.

(Flávia Oliveira)

Preciso esquecer


A noite passada, ao fechar meus olhos,
eu resolvi, um pedido fazer,
desejei bem fundo: Preciso esquecer.
Com toda a certeza, deste mundo, eu preciso esquecer.
São tantas as coisas que me incomodam,
são tantas as coisas que eu já incomodei,
são tantas as coisas que já me falaram,
são tantas as coisas que eu já falei,
são tantas as coisas que eu sofri,
ah, são tantas as coisas que eu já fiz sofrer.
E se até aqui já vivi, são muitas coisas que eu preciso esquecer.
Não dá pra correr, não dá pra não ver, eu somente preciso esquecer.
Não digo que meu viver, é somente um pesar,
também não é somente me lamentar,
tem muitas coisas boas também,
coisas puras e verdadeiras, ah, como tem.
Mas acho que as vezes dá um bloqueio, sei lá como explicar,
, eu fico pensando somente nas minhas frustrações,
naquelas questões mais chatas,
naquelas palavras mal faladas, naquelas situações mal resolvidas,
um coração partido, o dia em que se foi esquecido
a falta de amor, a falta de carinho,
tudo isso finca como espinho.
Mas tudo que já se passou, oras,
eu sei não dá pra voltar e consertar.
O negócio, é que eu sei, que preciso esquecer.
Eu queria que existisse uma forma de voltar atrás, lá bem atrás,
aí, eu não teria falado aquela palavra torta, nem olhado com aquela cara feia,
também teria evitado aquela tal chateação.
Mas, eu sei que não dá.
É realmente, é preciso esquecer e continuar a viver.
A vida dá gente, é lutar contra a corrente,
é sobreviver as tempestades, pra no fim chegarem aqueles
lindos dias de sol.
Aí, eu vou escrever o meu mal viver, na areia da praia,
para a água do mar, levar tudo embora,
as minhas feridas cicatrizar e minha vida se purificar.
É preciso esquecer,
eu preciso esquecer e minha vida continuar a viver.

(Flávia Oliveira)

Caminho do meio


Vou andar somente pelo caminho do meio.
Onde eu realmente posso sonhar.

No caminho de cima, é uma correria,
a ganância desenfreada e a falta de tempo,
ninguém tem mais tempo de sonhar.
E o caminho de baixo,
é pra onde vai quem anda
no caminho de cima,
acho que eles vão pra lá, depois que tudo acaba.
No caminho do meio, eu fico longe de tudo isso,
é como se o mal não pudesse me alcançar,
é onde eu posso dançar sem parar,
é onde eu vivo despreocupada,
é onde eu respiro aliviada.
Lá eu vivo livre a cantar,
correndo na areia da praia,
é como se o meu corpo fosse levitar.
Onde eu posso ver os anjos brincar,
o sol nascer, a chuva cair, a lua brilhar.
Desse caminho, eu espero nunca sair,
o caminho do meio começa aqui dentro de mim.
É o caminho que eu pretendo sempre seguir,
um caminho bonito, um caminho sem fim.

(Flávia Oliveira)


Aliviada


As palavras, os gestos, os sentimentos, as brigas,
os choros, as atitudes e os lamentos.

São tantas as coisas dentro de mim,
as vezes me sinto tão cheia, que me falta o ar.

Essas coisas se acumulam, de uma tão maneira,

fica tudo juntinho, espremido, aqui dentro do peito.

Mas um dia chega e cansa,
é hora de por tudo pra fora.
Fazer uma limpeza,
eliminar o que é inútil e deixar somente o que é bom.
Daí, eu dou adeus, para o que me fez mal,

jogo fora o que me irritou,

mando embora o que me enganou e me fez sofrer.

Vai pra longe, lá bem longe,
tudo aquilo que me machucou e
aqui,
só ficam as marcas, o que é inevitável.

Não adianta mesmo, essas coisas ruins guardar,
é melhor de uma vez por todas,
de tudo isso se livrar.
De repente o pranto cai, vai rolando pelo rosto,
como um rio que desagua, na imensidão do mar.
E depois de os olhos enxugar,
sinto me mas leve,
como uma pluma a levitar.
Pura, como uma criança,
na beira do mar a brincar.
Livre, como uma gaivota,
no céu a voar.
E agora sim, eu posso novamente aliviada respirar.

(Flávia Oliveira)
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