As minhas escrevinhações



Eu vivo a escrevinhar.
Escrevinho sobre tudo se deixar,
não me imagino em mundo, sem papel e caneta,
chega a dar um gelo, só de tentar imaginar.
Eu sempre gostei de escrevinhar,
tudo que eu via pela frente, uma folha de papel,
um papel de pão, na areia e até no chão.
Escrevinho sobre tudo que penso, é como se as letras,
fossem pingos das ideias, que na minha mente brotam,
das coisas que eu vejo, daquilo que sinto e desejo.
Esses pingos no papel, vão se transformando em um mar de palavras e
as minhas ideias vão ficando ali registradas.
A folha escrita fica como uma tela de pintura,
onde o desenho, toma lugar as palavras, aos acentos, aos pontos e as virgulas.
As minhas palavras são singelas pinceladas, em uma tela de papel.
É assim que vejo a escrita, como uma tela linda de um quadro, com
uma bela moldura.
Vivendo a escrevinhar, com caneta e papel na mão,
as palavras vão saindo do coração e vão se tornando as escrevinhações da escrevedora.

(Flávia Oliveira)

Sentimento bom


Aquele que nos faz enxergar somente,
as coisas mais belas.
Aquele que nos traz paz e nos faz esquecer,
as coisas ruins desse mundo.
Aquele que nos faz sorrir,
sem nenhum motivo aparente,
a gente fica sempre contente.
A vida fica alegre,
a pele fica mais bonita e
até o cabelo sempre brilha.
Os olhos parecem até duas estrelas reluzentes,
no rosto da gente.
O sorriso fica sempre estampado,
não dá nem tempo da tristeza chegar.
O sentimento bom desperta em nós,
o nosso melhor lado,
o nosso lado bom,
nem lembramos que existe o lado amargo,
por que este amargo fica tão doce.
Doce como o Algodão - doce,
parecido com Brigadeiro de panela.
O nosso coração se abre como uma janela,
e quando este sentimento bom penetra,
a vida fica cada dia mais bela.
Aí, a gente vai vivendo sem medo e
qual será o segredo?
Ah, segredo nenhum, é
apenas abrir o coração e
carregar nele esta emoção,
se deixar sentir e sorrir.

(Flávia Oliveira)

Sempre demais

Não consigo, ser um pouco de mim, também não consigo, ser somente a minha metade e ser nada, é não viver. O pouco não tem graça, a metade é incompleta e o nada não existe. Eu existo e tenho que sempre que ser muito, preciso ser mais que eu, sempre demais...mais do que dá para ser, buscar o impossível, por que ficar no possível não é passível de mim. Eu sempre quero mais, eu sempre espero mais, tudo tem que ser sempre demais...falar demais, comer demais, correr demais, rir demais...pra mim o menos não existe, ou estou triste demais, ou alegre demais, ou chata demais, eu amo demais, não consigo simplesmente amar, tenho que sempre amar demais...amar pela metade não é amar. Será que eu não me canso? Ah, sim, como todos os mortais. Me canso se eu ficar no menos, o menos sempre me incomoda, me entristece...eu sempre tenho que ir até o extremo de tudo, tenho que explorar tudo, até o tudo chegar no final e se não houver um final, vou continuar lá, por que eu quero sempre mais e não me canso de buscar. Eu sempre sou eu demais, se eu for de menos, aí não serei eu...aí, eu vou ser falsa, hipócrita.O meu demais, é ser sincera, é ser explicita, é ser completa...é mostrar quem realmente sou, assustando ou conquistando, agradando ou irritando. Sempre eu...é sempre eu mesma, sem fugir da minha essência...sempre demais por que se for menos, aí não sou eu!!!

(Flávia Oliveira)

Cuidado! Frágil.

A fragilidade, me incomoda...tanto, como se eu fosse um cristal...a qualquer instante sinto que vou me quebrar e meus pedaços irão se espalhar, como "cacos perdidos" no chão e não terá mais como juntar. Ser frágil é tudo culpa da tal de sensibilidade ou seja muito sensível, na certa muito frágil e só quem também é, vai me entender. Sei lá, acho que sempre esperamos muito de tudo, sofremos por antecipação, ficamos com o "coração na mão"...mergulhamos fundo, na piscina da vida, sem antes verificar a profundidade e aí é certo...nos quebramos em mil pedaços e o nosso estado fica, quase que irreparável...mas sempre tem um "concerto"...os pedaços, nunca voltam ao seus respectivos lugares ou se voltam, eles vem com defeitos e não é como antes, fica meio desigual. Mas, mesmo assim continuamos a viver, com os nossos "cacos juntados", nem sempre bem colados, com marcas, arranhões...sempre com a certeza de que quando estamos fracos é que estamos fortes, pois não há fragilidade que nos impeça de recomeçar dos "cacos"!!!

(Flávia Oliveira)

Princesa


Sei que há contas a pagar
E há razões pra terminar
A semana toda ficou para trás
Ela tem trabalhado demais

Como seria melhor
Se não houvesse refrão nenhum
Mas há...

E no seu apartamento
Ela se esquecia de tudo
Parecia uma princesa
Não se importava com o resto do mundo
E largava os pés em cima da mesa

Como seria melhor
Se não houvesse refrão nenhum
Mas há...

E no seu apartamento
Ela se esquecia de tudo
Não havia contratempo
Ela segurava o seu coração
E largava as roupas pelo chão

(Ludov)

De ontem em diante...


De ontem em diante serei o que sou no instante agora. Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa, sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada são coisas distintas; Separadas pelo canto de um galo velho (...) Da luta não me retiro, me atiro do alto e que me atirem no peito. Da luta não me retiro... Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem!!!

(O Teatro Mágico)

A criança dentro de mim,

aquela que sonha, que fica boba quando está apaixonada, manda bilhetinhos, faz brigadeiro de panela, que se lambuza tomando sorvete, que fica procurando desenhos nas nuvens, que canta no banho, anda de meias, chora quando alguém grita, que tem medo de ficar sozinha, faz planos, que fecha os olhos e fica ali sonhando, anda descalço na areia da praia, ri sem parar, que é meiga, que fica ali parada observando o mar, fica triste vendo alguém infeliz, que tem bom coração e acredita na boa vontade das pessoas, aquela que as vezes é profundamente decepcionada.
Meu lado criança não é ser infantil, é ser DOCE. Com a ternura de uma criança e a maturidade de uma mulher.

(Texto adaptado por Flávia Oliveira)

Tentando entender...


Estou tentando entender, eu preciso procurar entender, as vezes fica dificil de viver.
Mas, pensando bem, viver não é tão difícil, como parece. Quem realmente torna isso difícil, somos nós
, que em muitas das vezes, somos incapazes de enxergar, as coisas boas da vida e damos mais ênfase, aos problemas, as preocupações cotidianas, perdemos tempo com as coisas mais chatas, sei lá parece medo, de deixar tudo isso pra lá e viver, viver bem.
Acho que deve ser culpa das barreiras morais, o peso delas, aí parece que tudo fica mais díficil e o medo de realmente se entregar e viver a verdade que se quer, nos obriga a viver uma "mentira", que vai nos afastando cada vez mais daquilo que almejamos. E assim parece que tudo vai se perdendo, vamos cansando, achando tão díficil viver, que começamos a ficar céticos, não acreditamos em mais nada, em absolutamente nada, muitas vezes nem em nós mesmos.
É realmente eu não sei de nada ou vai saber se eu sei e estou fingindo que não sei, isso está ficando engraçado, é melhor rir e rir muito. Está bem, eu sei de uma coisa, eu já cansei de tentar entender, é aquela maldita "desorganização profunda", e tudo começa aqui dentro de mim.

(Flávia Oliveira)
Layout por Maryana Sales - Tecnologia Blogger