Sempre demais

Não consigo, ser um pouco de mim, também não consigo, ser somente a minha metade e ser nada, é não viver. O pouco não tem graça, a metade é incompleta e o nada não existe. Eu existo e tenho que sempre que ser muito, preciso ser mais que eu, sempre demais...mais do que dá para ser, buscar o impossível, por que ficar no possível não é passível de mim. Eu sempre quero mais, eu sempre espero mais, tudo tem que ser sempre demais...falar demais, comer demais, correr demais, rir demais...pra mim o menos não existe, ou estou triste demais, ou alegre demais, ou chata demais, eu amo demais, não consigo simplesmente amar, tenho que sempre amar demais...amar pela metade não é amar. Será que eu não me canso? Ah, sim, como todos os mortais. Me canso se eu ficar no menos, o menos sempre me incomoda, me entristece...eu sempre tenho que ir até o extremo de tudo, tenho que explorar tudo, até o tudo chegar no final e se não houver um final, vou continuar lá, por que eu quero sempre mais e não me canso de buscar. Eu sempre sou eu demais, se eu for de menos, aí não serei eu...aí, eu vou ser falsa, hipócrita.O meu demais, é ser sincera, é ser explicita, é ser completa...é mostrar quem realmente sou, assustando ou conquistando, agradando ou irritando. Sempre eu...é sempre eu mesma, sem fugir da minha essência...sempre demais por que se for menos, aí não sou eu!!!

(Flávia Oliveira)

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