Cara a cara...


Ali estava ela, cara a cara, olho no olho e aquele era o momento, criou coragem e começou a dizer tudo o que sentia: "Eu queria ter evitado as muitas coisas que você já passou, eu queria não ter provocado, muitos dos seus choros, eu queria ter tido cautela, para não ter deixado ninguém te machucar, teria te ajudado a pensar bem mais nas decisões precipitadas que você tomou e que na maioria das vezes se decepcionou, teria obrigado você a correr, atrás dos inúmeros sonhos, que ficaram para trás, julgando - os bobos demais e que pensando bem poderiam te fazer mais feliz, do que estás agora, teria poupado os seus ouvidos, de ouvir muitas coisas ruins, teria calado a sua boca, nas inúmeras vezes que falou palavras vãs e também teria obrigado você a falar as inúmeras palavras lindas que passaram por sua cabeça, teria te empurrado sempre para frente, ao invés te deixar no caminho, pensando não ser capaz de seguir em frente, eu não te deixaria desistir tão fácil e não te deixaria morrer...mas tenho que reconhecer a sua imensa força ao renascer das cinzas que restaram, assim como uma fênix e o que me resta a fazer é te obrigar a esquecer tudo que passou e te fazer continuar". As palavras já não queriam mais sair, as pobres faziam isso para se salvar...uma pausa assustadora...o silêncio tomou conta daquele lugar...ela esperava uma resposta, não conseguia mais falar e de repente, a resposta então surgiu, em meio a um monte de lágrimas que corriam pelo rosto, sua imagem no espelho lhe sorriu, um sorriso tão singelo, como se estivesse de alma lavada, pronta para continuar, sem feridas, perdoada e livre para sonhar!!!

(Flávia Oliveira)

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